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Instituição Fiscal do Senado prevê inflação de 7,9% para 2022

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Instituição Fiscal do Senado prevê inflação de 7,9% para 2022

A projeção de inflação para este ano, feita pela Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, foi revisada de 5,4% para 7,9%, ultrapassando mais que o dobro da meta de 3,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O relatório de maio do órgão, divulgado nesta quarta-feira, revela esse aumento seis meses após o último balanço de dezembro.

Embora o aumento dos preços prejudique o poder de compra dos brasileiros, ele impulsiona a arrecadação do poder público. Apesar da expectativa de perda de R$ 31,4 bilhões em isenções e reduções de impostos para este ano, conforme a IFI, a estimativa de ganhos cresceu. A receita líquida, descontadas as transferências para estados e municípios, deve atingir R$ 1,7 trilhão em 2022, representando um aumento de R$ 111 bilhões em relação à previsão anterior.

 

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O economista Alexandre Andrade, da IFI do Senado, explica que a inflação elevada amplia a base para o cálculo de impostos, resultando em um aumento na arrecadação, mesmo diante das renúncias fiscais. O relatório destaca perdas, como R$ 17,6 bilhões com a redução do PIS/Cofins sobre o diesel e até R$ 7,6 bilhões com a queda de 35% nas alíquotas do IPI de produtos como eletrônicos e calçados. No entanto, a robustez do crescimento da arrecadação federal é ressaltada.

Quanto às receitas administradas, provenientes de impostos, a nova projeção é de R$ 1,38 trilhão, um aumento de R$ 132,5 bilhões em relação a dezembro. O aumento no preço do petróleo contribuiu para elevar a expectativa de receita com a exploração de recursos naturais para 2022 em R$ 90,9 bilhões, totalizando R$ 131,3 bilhões em maio.

A melhoria do mercado de trabalho, com o aumento de postos formais, mesmo com a queda na renda, ampliou a projeção das receitas previdenciárias, alcançando R$ 511,3 bilhões em 2022, um acréscimo de R$ 24,4 bilhões em relação à previsão de dezembro de 2021.

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Em relação ao PIB, a IFI prevê uma melhora de 0,5% para 1%, impulsionada pela recuperação de setores como comércio e serviços, além da liberação de verbas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço pelo governo federal. No entanto, o ambiente externo piorou desde a última revisão em dezembro, e a instituição destaca que o Brasil conta com fôlego extra devido ao desempenho positivo no início de 2022.

Quanto à taxa Selic, a expectativa é de que ela encerre o ano em 13,25%. O economista Alexandre Andrade, da IFI, aponta que a economia deve continuar desacelerada devido aos juros elevados para conter a inflação, com impactos também para o próximo ano, levando a uma revisão do PIB de 2023 de 2% para 1%. O aumento significativo da taxa básica de juros desde março do ano passado, passando de 2% para 12,75%, é visto como um fator que causará um resfriamento na atividade econômica.